sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A RAZÃO DESTE BLOG!...


Caros bloguistas,

O movimento "Marco Confiante com Ferreira Torres" traçou como ponto de partida a data de 31 de Outubro, 2011, ou seja dois anos após a tomada de posse do actual executivo do PSD liderado pelo Sr. Dr. Manuel Moreira, para podermos ajuizar das virtudes ou defeitos da maioria PSD.
Infelizmente não podemos dar nota positiva àquilo que tem sido feito nas várias vertentes pelo actual Executivo em prol do nosso Concelho.
Impusemos a nós próprios uma condição de não protagonismo, de "low profile" e fomos propositadamente pouco interventivos, mas sempre atentos a tudo o que se foi passando ao longo destes dois anos. Dois anos que foram pautados por muitas situações que fomos minuciosamente registando para que nunca caíssem no esquecimento.
Face às omissões ou esquecimento !!!... de colocarem nas actas, as nossas devidas intervenções e declarações de voto, às quais estão em nosso entender obrigados por lei, vimo-nos forçados a relatar e publicitar factos que não chegam ao conhecimento do público por não convir a quem lidera o Executivo na tentativa de um silenciamento das nossas tomadas de decisão.
Nasceu assim a vontade de revelar, de comunicar e pugnar por uma verdade transversal à sociedade e nunca para agradar aos diversos órgãos e poderes instalados.

Nasce um blog plural para dar voz a todos os que dela necessitem, sempre baseado na verdade.

Avelino Ferreira Torres

REUNIÃO DE CÂMARA DE 09-12-2011



 PONTO Nº 11

Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2012



Da análise que nos mereceu a proposta de Plano e Orçamento para 2012, queremos salientar o seguinte:

Ponto prévio- Diz-se na introdução, "que estes documentos são de importância primordial para a gestão autárquica". De facto, deveriam ser. Mas a realidade tem mostrado algo muito diverso. Com efeito, todos sabemos que as alterações orçamentais são frequentes, e por cada uma delas, ocorrem modificações compulsivas a toda a estrutura agora programada . Por isso, e face ao comportamento dos exercícios anteriores, o que hoje se aprova, vai traduzir-se em algo completamente diverso. E daí a conclusão: Nem sempre estes documentos são de importância primordial. E dizemos isto sem qualquer complexo. Já fomos poder, e nessa medida, já apresentamos documentos iguais a estes. Estranhamos contudo, que nesses tempos se ouvissem vozes críticas, e hoje, se aceitem sem reparo, as mesmas práticas. Novos tempos...e as mesmas gentes, ou "olhem para o que eu digo, mas não olhem para o que eu faço"!....

Dito isto, importa agora acrescentar o seguinte:

Desde logo, e apesar da crise, a Câmara Municipal programa arrecadar um valor próximo dos 27,5 milhões de euros durante o ano de 2012. Isso significa uma média mensal de 2,25 milhões de euros. Como se vê, trata-se de muito dinheiro. Cerca de 450.000 contos em moeda antiga. Ora, este dinheiro, fruto dos impostos e das taxas arrecadadas, dado o seu volume, deve merecer uma gestão cuidada, capaz de reverter para a sociedade marcuense, estímulos ao crescimento económico e acréscimos na sua qualidade de vida. E o que vemos?

Desta receita, 60% é canalizada para despesa corrente, logo, consumo, e o restante é canalizado para investimentos. Estamos assim, perante um estigma que nos condena, porque importante seria, que esta relação fosse invertida, mesmo tendo em conta os encargos com a amortização da dívida, na casa dos 10%.

A grande medida orçamental, a exemplo do que se passa no país, teria de incidir na poupança. E os grandes agregados da despesa, mostram sem reservas, um enorme espaço para  explorar. desde logo, as despesas com pessoal. Só por si, absorvem 27% da receita. De forma simples, por cada euro, 27 cêntimos destinam-se a cobrir despesas com pessoal. Não vamos discutir se os funcionários são ou não necessários.

Mas vamos colocar a pergunta: estarão estes funcionários a ser aproveitados de forma óptima e racional? Do efeito da sua acção, geram-se mais valias para o município, ou pelo contrário, estaremos perante um foco de desperdício? E se se trata de desperdício, a sua génese é fruto da incapacidade e da limitação do funcionário, ou é o efeito consequente do laxismo dirigente, com relevância primordial no Executivo, a quem não são conhecidas na vida real, quaisquer experiências de acção no terreno? A função pública -o funcionário- pode e deve ser avaliado, e o resultado da sua avaliação terá de radicar na eficiência e simpatia como acolhe o munícipe que serve, e na produtividade que acresce ao seu sector.

E, será que não existem unidades de apoio a mais, em particular no sector político e dirigente?

Depois, ao nível da aquisição de serviços, há gorduras que são incompreensíveis. A autarquia prevê gastar, quase 6 milhões de euros, um número muito próximo dos 500.000 euros /mês. E reparem só:

a) Em estudos, pareceres, projectos e consultadorias, 359.332 euros. Será que os nossos consultores jurídicos, os nossos engenheiros, os nossos arquitectos, os nossos vereadores, não seriam capazes e competentes, de assumir em tempos de crise, a execução destas tarefas, poupando assim esse dinheiro?

b) E os outros trabalhos especializados, com uma dotação de 545.000 euros? Que trabalhos são estes? A nossa estrutura técnica e operativa, não conseguiria ser solução?

c) E os outros serviços, com uma dotação de 309.000 euros? Trata-se de uma verba residual, onde tudo cabe, condenada por isso, a uma das muitas alterações orçamentais futuras. Mas o seu valor não é irrelevante. Quase 60.000 contos!!!

d) Mas há mais! Veja-se a página 7 e 8, e podemos garantir-vos, que se este orçamento fosse executado pelos marcuenses, uma enormíssima maioria, pegaria na faca, e cortaria verbas de cima a baixo, e se calhar, no fim do ano, com menos meios, apresentaria os mesmos - ou melhores-resultados.

Mas fiquem cientes de uma coisa, em ferramentas e utensílios, gastariam mais que os simples 5.000 euros ali inscritos.

Reparem na imagem deste orçamento, que é a imagem deste Executivo: Em limpeza e higiene vão despender-se 30.000 euros. Para ferramentas e utensílios, aquilo com que se trabalha,...5.000 euros!

Uma nota final sobre o serviço da dívida. Os juros representarão 981.400 euros. É muito dinheiro. Mas, para bandeira do Executivo, convém ter presente, que representa quase 3,5% da despesa total! E as amortizações atingirão 2,65 milhões de euros, quase 9,6% da mesma despesa. Falamos por isso, de um total aproximado de 13%, que em valores relativos é aproximadamente o custo do passivo da autarquia, em Dezembro de 1982.

Ficamos por isso, perfeitamente esclarecidos. Este orçamento não tem em conta a realidade do país, das famílias e das empresas do Marco de Canaveses. Habituado a gastar, continua a dar sinais de que vai continuar a fazê-lo, e a fazê-lo da pior forma. Ainda que, e porque ninguém é ingénuo, tal política possa ser uma ferramenta improvisada, que vá ajudar a caboucar vantagens político-partidárias para um futuro muito próximo. Só que, e vale  a pena sublinhá-lo, a vantagem é de muito poucos, em detrimento de muitíssimos mais.

Sem poupança ao nível da despesa corrente, é natural que o plano de investimentos se ressinta. E este, francamente, vem na linha dos anteriores. Por muito esforço que façamos, custa-nos vislumbrar onde está a obra deste Executivo. E vale a pena ter presente, que nestes últimos 6 anos, entraram nos cofres da autarquia, mais de 150 milhões de euros. Mais de 30 milhões de contos!!!

E agora que vemos neste plano? Um transporte pensado para 2013. Quem o vir, apercebe-se que o exercício já está feito para 2013, o ano das eleições.

De facto,

1. Dá-se seguimento a compromissos celebrados entre 2007 e 2012, afectando valores na ordem dos 250.000 euros.

2. Inscrevem-se projectos badalados desde 2008, com verbas de 100 euros cada, em situações onde, pelo menos num deles, a despesa a assumir rondará os 3 milhões, e que por isso, não terão qualquer execução em 2012, iludindo assim, alguns" distraídos" da nossa praça.

3. Cabimenta-se, em condições de evoluir, o centro escolar de Vila Boa do Bispo. E já agora, alertamos para que o projecto seja bem visto, já que num caso, é conhecida a posição dos pais, onde numa escola nova, não se dimensionou a cobertura, e no inverno, para educação física, só se for à chuva.

4. Depois, assistimos a uma concentração de projectos a evoluir entre 2012 e 2013, na área da cidade, ignorando expectativas legítimas, de uma população que se espalha pelos 202Km2 do concelho. E mais grave, temos sérias dúvidas de que esses projectos possam redundar em benefício dos marcuenses. Pelo contrário, pensamos mesmo que, só por falta de ideias, e talvez de experiência, é que a autarquia se compromete com a execução dessas obras. O "plafond" dos fundos comunitários poderia bem, ser aproveitado para projectos que acrescentassem mais valia sustentável à qualidade de vida dos marcuenses. E estes projectos, francamente, não apostamos neles.

5. Mas este plano de investimentos realça a olho nu, uma realidade que se tem omitido. A autarquia vai promover obras no âmbito das hidraulicas em algumas freguesias, afectando a este fim, cerca de 900.000 euros. Estamos de acordo em fazer esses trabalhos. Mas porquê a Câmara? Será que os fundos comunitários não seriam necessários para outros projectos? Ou não há ideias para se concretizarem, enquanto há fundos? Nessa medida, este plano não traz a solução para as águas e o saneamento no Marco. E ao fim de 6 anos, mais um associado a este plano, aquilo que a autarquia acrescenta à qualidade ambiental, é práticamente nula. E tanto se falou em água e saneamento num passado recente!....

Para concluir, gostariamos de deixar aqui, bem expressas, as palavras de um conceituado gestor da nossa praça, e que não é natural do concelho. Dizia ele, que apesar de ser mais caro, entregava as suas obras, a empresas do Marco. Porque acreditava no Marco. E porque o dinheiro desses trabalhos ficava no concelho, aqui fluía, e aqui gerava riqueza. Um conceito bonito, que deve merecer as nossas palmas e , sem favor, ser seguido por quem nos governa.


Por isso se lamenta, que ainda persistam com atraso de anos, dívidas a empreiteiros , fornecedores e entidades, esmagando empresas e trabalhadores, num cenário de crise global, onde o encerramento e o desemprego são abutres prontos a actuar, e com isso, depauperando de forma relevante, o tecido empresarial marcuense que tanto se apregoou defender.

Por tudo isto, e por aquilo que nos vai na alma, temos de ser responsáveis e votar contra os documentos que aqui estão em análise.            

Mais solicitamos que a presente declaração de voto faça parte na íntegra da acta que vier a ser lavrada desta reunião ordinária. 


Marco de Canaveses, 08 de Dezembro de 2011


Os Vereadores do Movimento Marco-Confiante com Ferreira Torres,

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                       (Avelino Ferreira Torres)                        (Bruno Magalhães)