EXPOSIÇÃO
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de
Marco de Canaveses:
Os episódios ocorridos durante a reunião ordinária, do passado dia 28 de
Julho, deixaram-me estupefacto ao verificar as intervenções do Sr. Vice-Presidente,
Eng.º José Mota, durante a mesma. Mas o que se passou no final da mesma foi mau
de mais para ser verdade.
O Sr. Vice-Presidente que, já durante a reunião, quando eu fiz
afirmações que se passaram e vão continuar a passar-se em relação à admissão de
funcionários, verifiquei que do olhar dele parecia sair ódio, não aguentando a
pressão das verdades que eu estava a dizer.
Não sei se propositadamente ou não, deixou sair todas as pessoas que
estavam no Salão Nobre, e quando eu me despedia do mesmo e do Sr. Presidente,
dirigiu-se a mim com uma arrogância impressionante, voltando ao assunto atrás
referido. Palavra puxa palavra, verdades puxam verdades, e o episódio terminou
com uma cena lamentável, tendo o Sr. Vice-Presidente começado a falar aos
berros, o que levou a que funcionários/assessores que se encontravam nos
gabinetes próximos, se deslocassem pelo corredor interno de acesso ao Salão
Nobre, para verificar o que se passava. Tendo constatado que se estava a
verificar uma mera discussão acalorada, regressaram os seus locais de trabalho.
O Sr. Vice-Presidente continuou a falar em tom
alto e arrogante, ao ponto de o Sr. Presidente da Câmara ficar com ar de
estupefacção perante o que estava observar. Eu verificando o olhar atónito do
Sr. Presidente disse-lhe que lhe ia citar a conhecida expressão popular “o
corno é sempre o último a saber”, por ter ficado com a ideia que o mesmo
desconheceria as “habilidades” que têm sido praticadas. E fui ainda mais longe
e disse que tudo o que tinha referido no decorrer da reunião, e dei a entender
quem viria para substituir o Engº Lima no seu lugar, fui mais preciso e referi
que ele até nem era Engenheiro, mas sim Arquitecto na Câmara de Felgueiras. Ao
ouvir esta afirmação o Sr. Vice-Presidente, entrou em histerismo, dando altos
berros, pois não tinha gostado de ouvir o que eu tinha referido, que aliás já
vinha no decorrer do que eu havia dito durante a reunião.
Continuando em altos berros e não deixando que
eu retorquisse, no calor da discussão saiu-me esta expressão “eu não estou para
o aturar, vá à merda”, ao que o mesmo respondeu com “eu vou se for para si”,
continuando no mesmo tom exaltado, demonstrando estar fora de si, ao ponto de
largar “perdigotos”, como pudemos constatar, eu inclusive, pois atingiram-me.
Não só estava atónito com esta atitude do Sr.Vice-Presidente,
o Sr. Presidente, como eu próprio, ao ponto de lhe dizer que “com a sua
atitude, o que o Senhor merecia era que lhe desse na cara” ao que o mesmo
retorquiu, de novo de forma muito exaltada, “mas dê”, ao mesmo tempo que
retirou os óculos. Eu calmamente referi-lhe “aqui dentro não, mas lá fora sim”.
Acto contínuo, o Sr. Vice-Presidente sai do
Salão Nobre, em direcção ao exterior dos Paços do Concelho, berrando de forma
desabrida, de tal forma que, pessoas que se encontravam ainda no átrio, bem
como outras que já se estavam na escadaria
do exterior do edifício (segundo dizem) se dirigiram até à entrada do salão
Nobre, e em especial lembro-me de ver o Sr. Coronel Valdoleiros a entrar até
meio do Salão Nobre, tendo tentado interceptar o Sr. Vice-Presidente, não tendo
conseguido. O Sr. Vice-Presidente continuou a deslocar-se em direcção ao
exterior do edifício.
Eu, acompanhado do Sr. Presidente, que me vinha a pedir para ter calma,
ao que eu respondi que mais calmo do que estava seria difícil, saímos
calmamente para o átrio, onde estivemos cerca de 5 minuto, e vi o Sr.
Vice-Presidente no pátio exterior, no cimo da escadaria, acompanhado por
algumas pessoas, vociferando e gesticulando, não sei concretamente o quê, em
virtude da porta de saída para o exterior se encontrar fechada.
O caricato da situação foi que todos me estavam a pedir para ter calma,
quando na realidade, calmo estava eu; ficou-me na retina o Sr. Coronel
Valdoleiros se ter dirigido a mim e me ter dito “tenha calma Sr. Coronel”, ao
que atalhou “desculpe que lhe chamei de coronel”, ao que eu respondi sorrindo
que não tinha qualquer problema.
Diversas pessoas estavam a pedir-me para não sair pela porta principal a
fim desta forma não te de me cruzar com o Sr. Vice-Presidente, ao que acabei
por anuir, pondo como condição, que eles seriam testemunhas de que foi a pedido
delas todas e por consideração às mesmas que o faria, sendo elas testemunhas
vitais, de que não saí por lá não por medo, pois foi coisa que nunca tive. Comecei
a deslocar-me para a saída situada rés do chão do edifício, virada para o Auditório
Municipal, tendo aqui que referir a amabilidade que algumas pessoas tiverem em
acompanhar-me.
Não consigo agora precisar em concreto todas, mas seguramente posso
citar o Sr. Presidente da Câmara, o Sr. Vereador Bruno Magalhães, e admito que
também me terão acompanhado ainda o Sr. Vereador Artur Melo e o Sr. Coronel
Valdoleiros.
Queria agradecer sinceramente a atitude que todas as pessoas que atrás
referi tiveram no caso em apreço, as quais ao despedirem-se de mim me
agradeceram todas de novo pelo meu comportamento e por ter anuído ao pedido
deles, em particular retive as palavras do Sr. Presidente da Câmara.
O episódio que aqui foi relatado, não dignificou nenhum dos interlocutores,
mas não tenho qualquer pejo em, se as afirmações que eu proferi não se vierem a
concretizar, no que respeita á ocupação do referido lugar, pedir desculpa pelo
ocorrido. Nas outras vezes em que referi actos semelhantes no que respeita a
admissões, não falhei. Quem sabe falharei agora… Era bom que isso acontecesse.
Mais solicito que a presente exposição faça parte na íntegra da acta que
vier a ser lavrada desta reunião ordinária.
Marco de Canaveses, 09 de Setembro de 2011
Os Vereadores do Movimento Marco-Confiante
com Ferreira Torres,
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(Avelino Ferreira Torres)
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